O governo federal está reforçando as medidas de combate à vassoura-de-bruxa, praga que afeta a produção de mandioca no Amapá e já levou oito municípios a decretar situação de emergência. A doença, provocada pelo fungo Ceratobasidium theobromae (também conhecido como Rhizoctonia theobromae), representa uma séria ameaça à segurança alimentar de comunidades indígenas e não indígenas da região.
Os municípios com emergência reconhecida são: Amapá, Calçoene, Cutias, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Pracuúba e Tartarugalzinho. Outros dois municípios também registram casos da praga, totalizando dez localidades afetadas.
Ações coordenadas entre ministérios
Para enfrentar o avanço da doença, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se nesta quarta-feira (15) com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. O encontro definiu novas estratégias conjuntas de apoio aos produtores e de contenção da praga.
Segundo Fávaro, o combate à vassoura-de-bruxa é prioridade na agenda do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O governo já destinou R$ 2,2 milhões para ações de defesa agropecuária no estado e estuda novos repasses.
“O Brasil é referência mundial em defesa agropecuária. Caso sejam necessários mais recursos, estaremos prontos para disponibilizá-los, sem precarizar o trabalho”, afirmou o ministro.
O ministro Waldez Góes destacou que o trabalho conjunto entre os diferentes níveis de governo tem sido essencial para conter os impactos sociais e econômicos causados pela praga.
“A doença já está presente em dez municípios. O ministro Fávaro tem liderado esse processo, garantindo recursos para o combate, o controle e o investimento em pesquisa e ciência, para que possamos retomar a produção de mandioca no estado”, disse Góes.
Medidas emergenciais no campo
Entre as medidas já adotadas, o Mapa autorizou a comercialização segura da mandioca braba e da macaxeira, além de iniciar a distribuição de mudas sadias para replantio nas áreas afetadas.
A macaxeira, também conhecida como mandioca de mesa, agora pode ser processada, cortada e embalada diretamente nas regiões produtoras, facilitando o escoamento e a venda local em feiras e supermercados.
Já a mandioca braba, usada na produção de farinha, teve regras de processamento flexibilizadas. O produto pode ser fabricado em casas de farinha móveis dentro das próprias comunidades, com autorização para transporte e comercialização segura.
“Essas medidas atendem às demandas dos produtores, que preservam sua renda, e dos consumidores, que mantêm o acesso a um alimento essencial na mesa dos amapaenses”, destacou Fávaro.
Pesquisa e inovação para o futuro
Além das ações emergenciais, o governo federal investe em pesquisa e desenvolvimento por meio da Embrapa, com foco na criação de variedades de mandioca resistentes à vassoura-de-bruxa.
De acordo com o ministro Fávaro, a Embrapa recebeu reforço orçamentário e foi orientada a priorizar o tema.
“É uma doença nova no mundo, mas temos confiança de que a Embrapa vai conseguir avançar”, ressaltou.
Enquanto as variedades resistentes não chegam ao campo, a distribuição de mudas sadias segue como principal estratégia para manter o ciclo produtivo e garantir o abastecimento alimentar das famílias do Amapá.
📍 Fonte: Brasil 61
🖋️ Reportagem adaptada por: Redação Top Mídia